Sweet Depression

É doce, é uma pressão constante... O blog de uma artista cronicamente deprimida... ou simplesmente deprimente. The blog of a depressive and depressing artist.

3/26/2004

A TV faz-me mais gorda?

Apareci, apareci! Apareci na televisão! Foi a minha primeira entrevista na televisão nacional; a primeira de muitas!
Que triste... Pareço uma adolescente histérica a falar. *Grilo da consciência da Lu: "Então mas não é suposto pareceres mesmo uma adolescente?"*. Ok, neste momento, só as pessoas que de facto me conhecem é que não estão a pensar que sou esquizofrénica. Ou não...
Correu bem, apesar do nervosismo. Afinal, eu nunca me imaginei a falar num desses programas que duram 4 ou 5 horas, vocacionados para reformados e donas de casa que ouvem António Calvário... Mas com os colegas, a encenadora e até a produtora, tudo é mais familiar e fácil. O programa e a estação não interessam... cof cof. Quem viu, viu; quem não viu, paciência. A Lu é irritantemente enigmática, não é? Pois é, posso até falar da minha vida, mas não venho propriamente escarrapachá-la na blogosfera.
Gravei o programa, mas ainda nem me dei ao trabalho de ver. Nem sequer estou com muita curiosidade. Mas será que a TV me faz mais gorda, como se costuma dizer? Será que pela primeira vez na vida eu não aparentei ser estupidamente magra? Ok, Lu, enough with the lame teen paranoias. O ofício vicia...

Estou completamente eléctrica. O dia de hoje foi surreal por vários motivos.
O pseudo-herói ligou. Assim, do nada. Acho que não foi bem do nada. Nem cheguei a perceber o verdadeiro propósito da conversa. Sei que espingardei, atirei-lhe umas verdades à cara. Sei que me acalmei e ele ainda se pôs com falsos moralismos, cheios de lata - como se tivesse moral para o fazer. Sei que veio todo cheio de dengos e elogios para a mulher que ele desprezou por causa de outra; porque esta, supostamente, não está à sua altura.
Fiquei confusa, mesmo. Bolas, logo agora que eu estava a encontrar algum sossego interior, depois de tudo o que se passou... ele veio puxar a toalha, mais uma vez. Será que a sua vocação é mesmo instabilizar a minha vida?

Discuti com uma Amiga. É a outra interveniente nesta história com o pseudo-herói. Discuti, porque quebrou um pacto e a minha confiança; permitiu ao tal fulano que viesse puxar a minha toalha outra vez, desarrumar a mesa, partir a loiça toda, tal como fez quando caiu na minha vida.
Chateei-me mesmo; tivémos uma briga feia. Não bastava ter sido a causa (embora involuntária) para a minha separação? Tinha também de arranjar mais rolo nas minhas costas?
Que raiva! O que é que as pessoas têm contra a minha confiança? Digam-me! Porque é que têm de a destruir?

Já nem sei como me sinto. O que sei é que amanhã é dia de espectáculo, é dia de viagem e como tal preciso de descansar. Foi um longo dia, o de hoje.
Por agora, chega de incongruências.
Prometo que as próximas postas serão compreensíveis. Ou não...

Para a Amanda.

O tempo: Estranha Primavera... insiste em chover
Lu está: (são demasiados e distintos adjectivos para enumerar)



Ao contrário do que pensas, minha cara, eu sei, desde que estou neste mundo, o que é sentir o preconceito, e os que vivem em meu redor sabem disso também. Inclusivé, terminei relações por causa dos obstáculos impostos pelo preconceito dos outros. Não preciso de ser judia para sofrer isso. Só que eu não faço disso uma bandeira, é isso que me distingue de ti. Eu orgulho-me da pessoa que sou e não me vitimizo, não crio uma teoria da conspiração em torno da ignorância de alguns. (A propósito, DeNiro, para quando mais postas?)
Eu não tenho nada contra judeus. Jesus Cristo é uma referência na minha vida e Ele próprio era judeu. O judaísmo é o pilar de todo o pensamento ocidental; todas as regras da nossa sociedade partem do decálogo, portanto, todo o Homem ocidental tem uma relação com o Judaísmo, principalmente se tiver uma tradição cristã - como a grande maioria dos portugueses. Esqueces-te de que o Antigo Testamento equivale à Torah? E de que Abraão é tão pai dos crentes judeus quanto dos cristãos e dos muçulmanos?
Julgas que não sei de História? Provavelmente sei muito mais do que tu. Está historicamente provado que os judeus não tiveram culpa? Gostava, então, que me mostrasses essas provas; estamos sempre a aprender... Tu é que tens de te mancar. Toda a gente sabe que foram sacerdotes judeus que acusaram Cristo de ofender a lei judaica. Mas foram AQUELES sacerdotes. Não foi o rabino X ou Y de agora, do século XXI. O que o filme retrata é precisamente isso. AQUELES judeus, não a religião judaica. Qualquer anormal vê isso. Podiam ser muçulmanos, hindus, budistas, nativos americanos e se assim fosse já não sentirias essa revolta, porque já não ia tocar a tua identidade. Não achas um pouco egocêntrico pensar assim?
As pessoas só têm ódio dos judeus na TUA cabeça preconceituosa. Ainda não te livraste do estigma que é o passado dos judeus no mundo, que foram vítimas de invejas, torturas, ostracismos e injustiças... Amiga, isso foi no passado! Get over it! Sim, é claro que hoje em dia ainda há discriminação. Mas vai antes falar com um africano, com um cigano, com um deficiente, com um homossexual, um seropositivo e eles saberão explicar o que é a discriminação muito melhor do que tu ou qualquer judeu.
Com certeza já viste "A Lista de Schindler"... Nesse filme, os judeus é que são as vítimas e os heróis. Os alemães são os maus da fita. Vais dizer que tens raiva de todos os alemães? Afinal quem é a preconceituosa aqui?
Ninguém fica com raiva dos judeus por ver "A Paixão de Cristo", só mesmo os ignorantes. Se leste bem o meu post e na verdade VISTE o filme em vez de mandar bitaites para o ar sem saber do que falas, reparaste bem que há outro povo interveniente a história que PODERIA, mas não necessriamente inspira ódio nas pessoas...
Outra coisa: Não admito, em circunstância alguma, que me ofendas, chamando-me anti-semita e nazi. Se há coisa que abomino são as ideologias de extrema-direita - que me ofendem de modo particular - e se há coisa que prezo, acima de tudo é a tolerância, o respeito, a igualdade. Conceitos que não me parecem estar presentes na tua mente paranóica.
Tenho dito.
Shalom.

3/15/2004

Esbarrei com um blog que se intitula casais normais. Deu-me vontade de rir e logo a seguir de chorar. Ambas as vontades derivam do facto de eu nunca, mas mesmo nunca ter feito parte de um casal normal. Acho que nem sequer sou fruto de um casal normal.

Acho que cheguei à conclusão de que sou anormal. Pelo menos posso regozijar-me de não ser tão anormal quanto os losers que postam naquele blog...


Música para agora: "I started a joke", versão dos Faith No More

Esquerda, volver!

A Espanha sempre virou à esquerda. Nada que eu já não calculasse.
Agora que se viu derrotado, o PP diz que que o PSOE se serviu de uma manifestação ilegal para ganhar as eleições.
Ó meus amigos, convenhamos... Depois da tragédia da passada quinta-feira - fruto de um insano apoio espanhol à ofensiva de Bush ao Iraque - sobre a qual o partido do governo assumiu uma posição de silêncio, que esperavam?
O povo espanhol simplesmente percebeu que apoiar uma guerra NUNCA significa primar pela segurança. E quem é o palerma que acredita que é uma manifestação de pessoas que se sentem enganadas e inseguras é que vai alterar a opinião de um país? Toda a gente se sentiu igualmente revoltada com tudo isto. Se os espanhóis são pessoas minimamente sensatas e convictas das coisas em que acreditam, não é uma manifestaçãozeca que vai alterar as suas intenções de voto. A situação do país é que os faz repensar e acredito que foi isso que aconteceu.

Ao que parece, as tropas espanholas vão, finalmente sair do Iraque. Que bom que seria se também aqui se repensasse a presença dos geninhos na terra de Saddam. Porque é que temos de ir limpar a m*rda que o Sr. Bush e os seus homens fizeram? Porque é que temos de ser coniventes com esta hipocrisia? O que é que ganhámos com isto? Duas carcaças de velhos navios - sem motor - que estão atracados no Alfeite e que nem os sucateiros querem? Será que o moron do Durão acredita que vai ter benefícios daqui para a frente; que o Bush quer saber de Portugal para alguma coisa? Nesse caso, é mais ingénuo do que eu pensava. Além disso, no próximo ano os States devem voltar a ser democratas, por isso...

Isto tudo faz-me pensar onde será o próximo atentado promovido pela Al-Qaeda. Desde o 11 de Setembro que temo ataques noutros bastiões do poder ocidental, nomeadamente cidades europeias. Agora que países sensatos e pacíficos como a França e a Alemanha já demostraram que reprovam qualquer tipo de ofensiva infundamentada e que a tragédia já assolou a capital espanhola, fica no ar a questão de que próximo local vai ser alvo da ira dos terroristas. Provavlemente, a capital de mais um dos palermas que participaram no conselho de guerra... Oops, disse conselho de guerra? Que tonta, queria dizer Cimeira das Lajes...

Só nos resta rezar pelo descanso dos que morreram, pelo reconforto dos enlutados e pela segurança de todos nós.

Mulher, "com mê grande"



Eu sei que o dia da mulher foi na semana passada.
Não tenho com isto intenção de assinalar o dia, pois acho uma comemoração hipócrita.
Nunca comemorei e acho que nunca vou comemorar.
No entanto, aceito sempre as flores.
Comemorar o quê? O facto de ainda não sermos iguais aos homens, de ser ainda preciso percorrer um longo caminho até atingirmos a igualdade e o respeito?
Porque é que não existe um dia do Homem?
Pois claro, não é preciso. O mundo já é dos homens.
O dia internacional da Mulher é só para lembrar que elas existem e têm direitos, o que é muito triste, pois não deveria ser preciso lembrar isso a ninguém.

Bem, pessimismos à parte, deixo umas palavras de autor anónimo mas bem verdadeiras, para pensar um pouco sobre a condição feminina.

Tem cuidado
se fizeres a mulher chorar,
pois Deus conta as suas lágrimas.
A mulher saiu da costela do homem.
Não dos pés para ser pisada,
nem da cabeça, para ser superior.
Saiu do lado, para ser igual,
debaixo do braço para ser protegida,
ao lado do coração para ser amada!


(do Talmud)

Ei-la aí!

O tempo: sol, 21º
Lu está: sentindo a Primavera no ar



Onem vi a primeira andorinha deste ano. Que ânimo! O sol, o calor, os animais e as plantas, até mesmo as pessoas e os seus sorrisos... tudo aponta para a renovação. A Primavera dá-me sempre a sensação de vida, de renascimento. Também, é a única coisa que me anima neste momento...

Andorinha de asa negra aonde vais?
Que andas a voar tão alta
Leva-me ao céu contigo, vá
Qu'eu lá de cima digo adeus
[ao meu amor
Ó Andorinha
da Primavera
Ai quem me dera também voar
Que bom que era
Ó Andorinha
na Primavera
também voar


Pedro Ayres de Magalhães

ME FU!

O tempo: perco demasiado
Lu está: muito fu

ME FU! ME FU muito, ME FU, bué! Estou tão lixada, que estou capaz de partir algo. Ou a cara de alguém. Sei bem que cara de pau é que me apetece partir...
Bom, era só para vos fazer saber que estou deveras pissed off.


Música para agora: "Break Stuff" by Limp Bizkit

3/14/2004

A Paixão



Ontem fui ver "A Paixão de Cristo".
Estava cheia de curiosidade de verificar tanto a qualidade, como as razões que o filme apresenta para todo o alarido que os judeus têm feito.

Não vi nada de errado. Apenas mais um filme sobre a vida de Cristo, como centenas de filmes que já vi - sim, daqueles filmes que a TVI nos impinge no Natal e na Páscoa, além do "Ben-Hur" e do "Quo Vadis" e d'"Os Dez Mandamentos", que mesmo assim papo todos os anos.
"A Paixão de Cristo" é simplesmente mais realista - bem, é uma afirmação um pouco arriscada, visto que nenhuma testemunha do episódio está viva para contar. Mas é realista no sentido de ter cenas mais cruas e psicologicamente violentas.
Tem uma óptima direcção de fotografia. O meus parabéns a Caleb Deschanel.
O facto de ser falado em Aramaico e Latim (línguas que já não se falam) fez com que houvesse uma aposta maior na interpretação. Os meus parabéns aos actores, principalmente a Jim Caviezel (Jesus) e Maia Morgenstern (Maria) que mostraram ter uma grande memória afectiva. Se bem que o papel exigiu muito mais do que memória afectiva.
Excelente caracterização especial. Os meus parabéns a Keith Vanderlaan.
Estou apaixonada pela banda sonora. Parabéns a John Debney.
Ah, e Rosalinda Calentano interpretou o Satanás mais original que já vi.
Aponto, no entanto, o mesmo erro em quem caem todos os filmes sobre Cristo. Os judeus do século I eram caucasianos? Porque é que Jesus tinha os olhos castanhos claros? Bolas, até lhe consegui ver as lentes de contacto! E porque carga d'água é que tinha de ser bonito?

Back to the subject, não vi anti-semitismo nenhum no filme. Se todos os filmes sobre a Paixão de Cristo têm uma determinada perspectiva, essa é, certamente, a dos apoiantes de Jesus. No entanto, não deixam de relatar episódios que aconteceram.
Toda a gente sabe que foram judeus que mandaram crucificar Jesus, não há novidade nisso. A multidão e os sacerdotes não pediram a crucifixão com euforia? Não pediram que soltassem Barrabás em vez de Jesus? Pilatos não lavou as suas mãos? E então?
Mesmo que o objectivo do filme fosse falar contra os Judeus que O mandaram matar - que não é, de todo - que têm os judeus de agora a ver com isso? Sejam ou não os judeus do século I responsáveis pela morte de Cristo, os de agora não têm culpa nenhuma, nem há razões para culpá-los, portanto não têm de se sentir ofendidos ou acusados. Acho que estão a vitimizar-se desnecessariamente. O holocausto aconteceu há mais de meio século, get over it. Não odeiam todos os alemães, pois não?
Imaginem agora os católicos a fazerem-se de coitadinhos e ostracizados só porque lhes atiram à cara as Cruzadas e a Inquisição. Sim, foram actos abomináveis. Mas os católicos de agora têm alguma culpa disso? O pobre do Papa tem alguma culpa disso, mesmo tendo-se ajoelhado perante o mundo para pedir perdão pelos pecados de antecessores seus?
Por essa ordem de ideias, os Portugueses deveriam ter vergonha de ser quem são, por um passado de escravatura, chacina de índios, despotismo...

Tipo, duh... que mal é que o flime tem, além de violência extra que pode ferir a sensibilidade dos mais incautos? Não acredito que alguém fique com ódio aos judeus só por ver o filme. Se assim fosse, deviam também tentar boicotar a programação da TVI na Páscoa, ou mesmo a venda de Bíblias.
Contra factos não há argumentos e fazer referência à influência dos judeus na morte de Cristo não significa condenar todos os judeus. Muito menos os da actualidade. É impossível a um cristão odiar os judeus, por duas razões:
- O próprio JC era judeu;
- Se não fossem os Judeus, Pilatos não teria feito nada e o Cristianismo não teria sentido nenhum.
Por isso até devem agradecer aos judeus.

E sabem que mais? Quem passa uma imagem mais asquerosa em "A Paixão de Cristo" são os romanos. Os judeus tinham razões para odiar Jesus. Afinal, eles sentiam-se moralmente lesados pelas "loucuras" que Ele veio ensinar - sábias loucuras, devo dizer.
Os romanos adoravam Júpiter, Minerva, Diana e afins. Estavam-se nas tintas para o Deus Javé ou o que sobre Ele se ensinava nas sinagogas. As loucuras de Cristo deixavam-nos indiferentes. No entanto, os centuriões do filme divertiam-se de forma reprovável com o sofrimento de um inocente que não os tinha ofendido em momento algum. Manietavam-nO com um gozo assustador e animalesco.
Ainda assim, não odeio os italianos. Continuo a ter por eles, o seu país e a sua cultura o mesmo fascínio que sempre tive. E não acredito que algum cristão os deteste por isso, até porque é na Itália que está sediada a principal igreja cristã - a Católica Apostólica Romana, claro está.

Os judeus não têm nada de se fazer de vítimas só porque são uma minoria em todos os países do Ocidente. A melhor maneira de nos integrarmos e tornamos efectivamente iguais aos outros é superarmo-los, é mostrar o nosso verdadeiro valor e não mostrar nossas fraquezas, evidenciar aquilo que nos diminui. Isto aprendi eu com o meu pai e tenho tentado pô-lo em prática ao longo da minha vida.

"A Paixão de Cristo" não é um filme sobre a crueldade judaica contra um revolucionário. É um filme sobre a coragem, a entrega, o amor incondicional, o perdão e, no fundo, sobre o sofrimento. Afinal, paixão significa sofrimento.

Por isso é que ainda sofro. Porque insistes em ser a minha cruz? Quando sais tu do meu pensamento?

3/13/2004

De volta

O tempo: passou a correr
Lu está: de volta

Pois é, caros blogófilos habituées do meu recanto prosaico, desapareci do mapa virtual, não é? Perdoem-me por este hiato, mas não faltaram acontecimentos durante esta ausência. Depois, houve alturas em que não escrevi por desleixo mesmo.

Onde é que eu tinha ficado? Ah, Carnaval, não é? Pois, a fantasia era muito gira, mas em vez de sair à rua vestida de Catwoman, fiquei em casa, forçosamente fantasiada de vampira. Durante toda a noite sangrei da boca. Haviam de ver, na manhã de Terça-feira de Entrudo, os meus lençóis cobertos de sangue, bem como um fio de sangue a escorrer-me pela cara. Que sexy...
Mas passou. Já estou pronta para outro. Bem, só estarei certa disso quando tiver os resultados das análises. Ao que parece devo ter um problema no sangue que causou todo aquele transtorno com o dente. Parece que já não há nada que funcione bem no meu corpo. Mas eu sempre soube que sou um bicho de sangue ruim.

Pois é, e para variar, estou doente. Não estou só doente no corpo, mas principalmente na alma. E tanto para o corpo como para alma, não me basta a competência de um médico. Só alcançarei a saúde quando tiver força interior para tal. Quando as circuntâncias o permitirem...

À parte de uma doença que tento controlar, a frustração, a saudade e a falta de norte não me largam. Sinto-me frustrada por muitas coisas, sinto saudades de muitas coisas e a minha barca está totalmente perdida num mar de incertezas.

Pensei nele.
Penso nele todos os dias, mas ultimamente tenho pensado com mais insistência. Não falo sobre isso com ninguém, tento não me mostrar abalada com tudo o que aconteceu, mas a verdade é que é um passado muito recente e não pode deixar de me afectar. Não suporto a mentira, não suporto o orgulho desmedido, não suporto a falta de diálogo, não suporto a flata de perdão.
Entre mim e a outra pessoa envolvida nisto, o assunto tornou-se tabu. - "Sweetest tabu"... ouvi esse tema mal entrei no carro da minha cunhada e quase me desfiz em lágrimas. Já não posso ouvir Sade. - Tornou-se proibido desde o início, porque assim o defini. Que afecte a minha pessoa até aceito, mas não quero, de modo algum, que afecte a minha amizade.
Enfim, só o tempo poderá afastar os meus fantasmas.

Ontem passei o dia a dançar
Foi um dia quase perfeito. Aula de danças sociais de manhã e à tarde, actuação em duas festas para crianças. O professor de danças sociais pediu-me para fazer um esquema de Dança Moderna do tipo A-B-A para ensinar à classe na próxima semana. Com esta é que me lixaste. Dança Moderna não se trata de esquemas, muito menos de frases tipo A-B-A. Que falta de criatividade... Humph...
A festa dos putos correu bem. tinha uma coreografia feita em cima dos joelhos, que acabei por esquecer. Mas eu sou óptima a improvisar. Ninguém reparou e não me faltaram elogios.
Comecei, há pouco tempo a dançar em pontas, graças ao meu querido Mickey Boy, que me ofereceu um lindo par de Freeds rosa. Bem, tenho feito só exercícios para fortalecer os pés e melhorar o equilíbrio, mas ontem fiz a primeira experiência. Ao princípio é estranho dançar com elas, mas depois revela-se uma sensação muito boa.

Segunda-feira é dia de estreia da minha peça. E eu ainda tenho de estudar as respectivas músicas. Sim, porque a direcção musical mudou e até acho que está melhor. Quem já viu a peça (é uma peça sobejamente conhecida, mas o nome agora não interessa) vai decerto gostar de a ver de novo. Elenco renovado, nova encenação, nova direcção musical, novas "coreografias". Está muito mudada.
Estou nervosa. Ainda não me mentalizei disso, mas sei que mais tarde ou mais cedo vou dar sinais de nervosismo. Boa, Lu, que coerente...
Não estou nervosa pelo público; a esse estou demasiado habituada. Estou nervosa em relação à produtora. Estes meses em que tenho trabalhado com ela deram para perceber que ela não está para brincadeiras. Que seja exigente é compreensível, mas também não precisa de ser arrogante nem desvalorizar tudo o que fazemos. Eu até nem me posso queixar muito, porque ela depende muito do meu trabalho... Anyway, uma bitchy boss é a cereja sobre o bolo das coisas que tenho de aturar.