Sweet Depression

É doce, é uma pressão constante... O blog de uma artista cronicamente deprimida... ou simplesmente deprimente. The blog of a depressive and depressing artist.

3/13/2004

De volta

O tempo: passou a correr
Lu está: de volta

Pois é, caros blogófilos habituées do meu recanto prosaico, desapareci do mapa virtual, não é? Perdoem-me por este hiato, mas não faltaram acontecimentos durante esta ausência. Depois, houve alturas em que não escrevi por desleixo mesmo.

Onde é que eu tinha ficado? Ah, Carnaval, não é? Pois, a fantasia era muito gira, mas em vez de sair à rua vestida de Catwoman, fiquei em casa, forçosamente fantasiada de vampira. Durante toda a noite sangrei da boca. Haviam de ver, na manhã de Terça-feira de Entrudo, os meus lençóis cobertos de sangue, bem como um fio de sangue a escorrer-me pela cara. Que sexy...
Mas passou. Já estou pronta para outro. Bem, só estarei certa disso quando tiver os resultados das análises. Ao que parece devo ter um problema no sangue que causou todo aquele transtorno com o dente. Parece que já não há nada que funcione bem no meu corpo. Mas eu sempre soube que sou um bicho de sangue ruim.

Pois é, e para variar, estou doente. Não estou só doente no corpo, mas principalmente na alma. E tanto para o corpo como para alma, não me basta a competência de um médico. Só alcançarei a saúde quando tiver força interior para tal. Quando as circuntâncias o permitirem...

À parte de uma doença que tento controlar, a frustração, a saudade e a falta de norte não me largam. Sinto-me frustrada por muitas coisas, sinto saudades de muitas coisas e a minha barca está totalmente perdida num mar de incertezas.

Pensei nele.
Penso nele todos os dias, mas ultimamente tenho pensado com mais insistência. Não falo sobre isso com ninguém, tento não me mostrar abalada com tudo o que aconteceu, mas a verdade é que é um passado muito recente e não pode deixar de me afectar. Não suporto a mentira, não suporto o orgulho desmedido, não suporto a falta de diálogo, não suporto a flata de perdão.
Entre mim e a outra pessoa envolvida nisto, o assunto tornou-se tabu. - "Sweetest tabu"... ouvi esse tema mal entrei no carro da minha cunhada e quase me desfiz em lágrimas. Já não posso ouvir Sade. - Tornou-se proibido desde o início, porque assim o defini. Que afecte a minha pessoa até aceito, mas não quero, de modo algum, que afecte a minha amizade.
Enfim, só o tempo poderá afastar os meus fantasmas.

Ontem passei o dia a dançar
Foi um dia quase perfeito. Aula de danças sociais de manhã e à tarde, actuação em duas festas para crianças. O professor de danças sociais pediu-me para fazer um esquema de Dança Moderna do tipo A-B-A para ensinar à classe na próxima semana. Com esta é que me lixaste. Dança Moderna não se trata de esquemas, muito menos de frases tipo A-B-A. Que falta de criatividade... Humph...
A festa dos putos correu bem. tinha uma coreografia feita em cima dos joelhos, que acabei por esquecer. Mas eu sou óptima a improvisar. Ninguém reparou e não me faltaram elogios.
Comecei, há pouco tempo a dançar em pontas, graças ao meu querido Mickey Boy, que me ofereceu um lindo par de Freeds rosa. Bem, tenho feito só exercícios para fortalecer os pés e melhorar o equilíbrio, mas ontem fiz a primeira experiência. Ao princípio é estranho dançar com elas, mas depois revela-se uma sensação muito boa.

Segunda-feira é dia de estreia da minha peça. E eu ainda tenho de estudar as respectivas músicas. Sim, porque a direcção musical mudou e até acho que está melhor. Quem já viu a peça (é uma peça sobejamente conhecida, mas o nome agora não interessa) vai decerto gostar de a ver de novo. Elenco renovado, nova encenação, nova direcção musical, novas "coreografias". Está muito mudada.
Estou nervosa. Ainda não me mentalizei disso, mas sei que mais tarde ou mais cedo vou dar sinais de nervosismo. Boa, Lu, que coerente...
Não estou nervosa pelo público; a esse estou demasiado habituada. Estou nervosa em relação à produtora. Estes meses em que tenho trabalhado com ela deram para perceber que ela não está para brincadeiras. Que seja exigente é compreensível, mas também não precisa de ser arrogante nem desvalorizar tudo o que fazemos. Eu até nem me posso queixar muito, porque ela depende muito do meu trabalho... Anyway, uma bitchy boss é a cereja sobre o bolo das coisas que tenho de aturar.