Sweet Depression

É doce, é uma pressão constante... O blog de uma artista cronicamente deprimida... ou simplesmente deprimente. The blog of a depressive and depressing artist.

5/19/2005

Lu está: sem sono

Estava para aqui a jogar Crashdown a ver se me distraía e se o sono chegava, mas nem um nem outro. Não me consigo distrair do que me apoquenta, nem tenho sono.
Ultimamente não me tem apetecido postar nada. Reconheço que ando tão embrulhada com os meus pensamentos que me esqueço do resto. Dos outros. Deixo a vida passar-me um bocado ao lado. E isto já foge completamente ao assunto do blog...
Há bocado estive a falar com a minha prima que vive em Ottawa, Canadá, que me lembrou que não posso ter medo de explorar, de dar um passo em frente. Não tenho como lhe agradecer o facto de ser sempre ela a lembrar-me disso na altura certa. Estou com preguiça de viver e isso é absolutamente inadmissível, pois há muita coisa, muita gente à minha espera.
O J.A. mandou-me um e-mail, após mais de 3 meses sem dar notícias e completamente incontactável. Escreveu apenas duas frases. Está na fossa, está só, não sabe o que fazer da vida e não consegue falar com ninguém. Pediu que não me esquecesse dele. Como se isso alguma vez fosse possível.
A notícia não foge ao que eu temia. As ausências devem-se, geralmente, a fases negativas que ele não consegue partilhar com ninguém. Nunca lhe ensinaram a fazê-lo. Aliás, ensinaram-lhe a fazer o contrário. Para mim, enfrentar uma depressão acompanhada foi um desafio hercúlio. Só me posso limitar a imaginar o que será enfrentá-la completamente só, longe de todos.
Tenho vontade de ir ter com ele. Sei que eu sou o seu único apoio. Sei que ele não tem outros amigos, que sou a única presença que ele tolera minimamente nesta alturas. Porém, também penso no que a Li me diz. Ele prejudica-me. Qualquer esforço que eu faça por ele desgasta-me profundamente, arrasta-me para o breu que ele encerra em si e com que insiste em cobrir-se. A Li disse-me para me afastar dele. Mas não posso. Não consigo. Como é que eu vou abandonar uma pessoa que não tem a quem mais recorrer? Não se faz isso a ninguém. Muito menos a ele. Desde que ele entrou na minha vida que me responsabilizei, gradual e inconscientemente. Responsabilizei-me por todas as pessoas que amo e que fazem sentir bem, que me tornam uma pessoa melhor. O J.A. fará sempre parte da minha vida, quer queira quer não. Tal como a Li, como o P.C., o Cass., a Leia... Porque criámos um laço perene.
O J.A. está a deixar a sua própria vida passar-lhe ao lado e por causa disso eu ando também a observar a minha como num comboio em andamento... Não pode ser, Lu! Vou já a correr para a próxima estação: cama e mais um dia de trabalho.

1 Comments:

  • At 5:55 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Por exemplo este blog é uma merda

     

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