Ressuscitação / Resuscitation

Lu está de volta

A Lu está farta de ver o bloguinho a ganhar pó e teias de aranha.
É certo que não tenho tido vontadinha nenhuma de actualizar isto. Simplesmente não me apetece escrever. Ou o que me apetece escrever não é para aqui chamado... Mas custa-me ver um blog que continua a ser visitado sem actualizações, ainda que os leitores sejam em número muito reduzido. Ao fim ao cabo, este blog é uma parte de mim transformado em letras e algumas imagens. Perder o cuidado com ele seria como deixar de cuidar de uma parte do meu corpo. Ou da alma. É como deixar de escovar os cabelos e, enfim, deixá-los ganhar nós, perder o brilho, encrespar-se.

Muita coisa se passou desde a última posta (a começar por mim!). E muita dessa muita coisa os meus caros leitores não vão saber. Creio que o relevante seja suficiente.
Relevante é o meu novo emprego. É aborrecido, passo o dia sentada e é um desperdício de potencial... Mas paga as contas e só por isso é relevante. Além disso, para enganar a seca, sempre posso ir escrevendo umas postas, tal como estou a fazer neste momento.

São 15:07, estou rodeada de gente a jogar ao solitário, a contar piadas ordinárias e o ar condicionado está mal regulado. Um colega acabou de atender um telefonema de alguém chamdo Asdrúbal e não se cansa de repetir "Asdrúbal?? Asdrúbal não existe. Ninguém se chama Asdrúbal". Tirem-me deste filme...

«Então e os homens, Lu?» - pergunta quem já me conhece bem.
Pois é... eu e os homens, os homens e eu...
Nos últimos tempos, fiz e desfiz laços. Outros laços não desfiz, mas deixei que fossem perdendo o nó, com o tempo, com a distância... E depois vou quebrando uns corações por aí, nem sei bem como. Acho que é por ser tão desastrada. Antes eram pratos, agora são corações. Muito sinceramente, não percebo porquê. Deixo saudades e desejos ocultos nos lugares e nos corações mais improváveis. E estas coisas dão-nos um certo sentido responsabilidade. Somos responsáveis pelos corações onde habitamos. E é muito complicado ter mais do que uma morada... Nunca sei a melhor forma de reagir face a estas situações. Mas é bom sentir-me de certo modo amada. Por mais estranho que seja o contexto em que acontece, o amor dos outros é sempre um bom bálsamo para o espírito.

E com este pensamento me despeço, por agora. Está na hora do meu coffee break.


Lu is: back

Lu is sick and tired of watching the blog gaining dust and spider webs.

It's a fact that I haven't been in the mood to update this thing. I just don't feel like writing. Or what I feel like writing isn't proper for this place... However, it's somewhat sad to see a blog that keeps being visited without updates, even being the readers so few. After all, this blog is a part of me turned into words and some pictures. Losing the care for it would be like not taking care of a part of my body. Or soul... It's like no longer brushing my hair and letting it create knots, lose its shine, bristle up.

A lot has happened since the last post. And a lot of that lot will not reach the eyes of my dear readers. I believe the relevant will suffice.

Relevant is my new job. It's dull, I spend all day sitting around and it's a total waste of potential. It's pays my bills, though, and that makesit relevant. Besides, I can always write a little something on dead times, just like I'm doing right now.
It's 03:07 p.m., I'm surrounded by people playing solitary, telling nasty jokes and the air conditioner isn't working properly. A co-worker has just spoken on the phone with someone named Asdrúbal and won't stop repeating "Asdrúbal?? Asdrúbal doesn't exist. No one's name is Asdrúbal". Shoot me...

«What about men, Lu?» - the ones who know me must be asking.

*Sighs*... Me and the men, the men and I...

Lately, I've been doing and undoing ties. Some other ties weren't undone, I just let them lose the know by themselves, with time, with distance... And then I go and break a heart here and there, don't even know how. I guess it's because I'm so clumsy. Once, it used to be dishes and now it's hearts. Honestly, I don't get why. I leave a sign of me and conceiled desires in the most unpredictable places and hearts. And these things give us a certain sense of reposibility. We are responsible for the the hearts where we reside. And it's fairly complicated to have more than one address... I never know the best way of reacting towards these situations. However, it's good to feel somewhat loved. No matter how strange its context may be, the love from others is always a good balm to the spirit.

And with this thought I say goodbye, for now. It's time for my coffee break.