Ainda a propósito de Eu(ro)foria...
Eis umas palavras do Pe. Manuel Soares, um padre que conheço. Um homem porreiro que alguns dizem ter um pirolito a menos (haverá alguém que os possua a todos?), mas que tem dois dedos de testa.
Quando um assunto está "na berra", como se costuma dizer, isto é, um tema que toda a gente fala e comenta, não vale a pena voltar a comentar nem acrescentar mais considerações a tantas coisas que foram ditas. Mas desta vez faz-se excepção e também esta página toca no assunto.
A exaltação patriótica, direi mesmo, loucura colectiva de orgulho nacional atinge, neste momento, alturas a que não se tinha ainda assistido. Somos, na verdade, capazes de tudo. Lembro-me, na época imediatamente anterior à independência de Timor, de uma solidariedade nacional extremamente forte e determinada que foi capaz de mover montanhas e alcançar resultados magníficos. Lembro-me igualmente da sensação de alívio colectivo trazido pelo 25 de Abril que teve a sua manifestação mais alta no famoso 1º de Maio de 1974, em que toda a exaltação patriótica de esperança e unidade fez vibrar todo o país em uníssono. Também agora o entusiasmo contagiante não admite excepção nem indiferentes: as costumadas guerrilhas de norte contra o sul, do litoral em oposição ao interior, dos políticos entre si ou dos empregados contra os empregadores, as rivalidades entre clubes azuis, encarnados ou verdes, todas essas guerras estão perfeitamente em tréguas perante a cobertura da bandeira nacional desfraldada em todas as casas e esvoaçando em todos os carros.
Com o país de olhos postos naqueles rapazes idolados, coroados de fama, é impressionante esta unanimidade e solidariedade de sentimentos que atinge pessoas que confessam não apreciar futebol e até detestá-lo. É impressionante um povo e uma comunicação social que, no país ou no estrangeiro, passa a vida a criticar tudo o que é português, o Estado, a saúde, a justiça, o atraso social e que realça a cada instante o lugar de cauda em que nos situamos em todos os aspectos, agora dá pulos de brio, de vaidade, de altivez, de força coesa, que parece estarmos noutra terra e com gente diferente.
Tudo isto deixa-nos perguntas: que é necessário, quais as condições para elevar a nossa auto-estima nacional? Que motivações precisamos para criar uma solidariedade forte? Que razões podem exaltar o nosso orgulho e fazer-nos sair do pessimismo em que quase sempre andamos mergulhados? Que nos levará a trabalhar(!!!) em conjunto para melhorar o nível de todos?
Quando um assunto está "na berra", como se costuma dizer, isto é, um tema que toda a gente fala e comenta, não vale a pena voltar a comentar nem acrescentar mais considerações a tantas coisas que foram ditas. Mas desta vez faz-se excepção e também esta página toca no assunto.
A exaltação patriótica, direi mesmo, loucura colectiva de orgulho nacional atinge, neste momento, alturas a que não se tinha ainda assistido. Somos, na verdade, capazes de tudo. Lembro-me, na época imediatamente anterior à independência de Timor, de uma solidariedade nacional extremamente forte e determinada que foi capaz de mover montanhas e alcançar resultados magníficos. Lembro-me igualmente da sensação de alívio colectivo trazido pelo 25 de Abril que teve a sua manifestação mais alta no famoso 1º de Maio de 1974, em que toda a exaltação patriótica de esperança e unidade fez vibrar todo o país em uníssono. Também agora o entusiasmo contagiante não admite excepção nem indiferentes: as costumadas guerrilhas de norte contra o sul, do litoral em oposição ao interior, dos políticos entre si ou dos empregados contra os empregadores, as rivalidades entre clubes azuis, encarnados ou verdes, todas essas guerras estão perfeitamente em tréguas perante a cobertura da bandeira nacional desfraldada em todas as casas e esvoaçando em todos os carros.
Com o país de olhos postos naqueles rapazes idolados, coroados de fama, é impressionante esta unanimidade e solidariedade de sentimentos que atinge pessoas que confessam não apreciar futebol e até detestá-lo. É impressionante um povo e uma comunicação social que, no país ou no estrangeiro, passa a vida a criticar tudo o que é português, o Estado, a saúde, a justiça, o atraso social e que realça a cada instante o lugar de cauda em que nos situamos em todos os aspectos, agora dá pulos de brio, de vaidade, de altivez, de força coesa, que parece estarmos noutra terra e com gente diferente.
Tudo isto deixa-nos perguntas: que é necessário, quais as condições para elevar a nossa auto-estima nacional? Que motivações precisamos para criar uma solidariedade forte? Que razões podem exaltar o nosso orgulho e fazer-nos sair do pessimismo em que quase sempre andamos mergulhados? Que nos levará a trabalhar(!!!) em conjunto para melhorar o nível de todos?
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