"A noite dos meninos da Luz"
Vi, há pouco, uma reportagem sobre as praxes e actos de violência que acontecem no Colégio Militar. Os novos pupilos são agredidos, gozados e humilhados, num ritual chamado "A Mocada", que se repete todos os anos para celebrar o 1º de Dezembro de 1640 (quando Portugal recuperou a soberania aos Filipes de Espanha, para quem não sabe). Além disso, sofrem maus tratos durante a noite, quando ninguém vê.
São obrigados a guardar silêncio, a esconder as verdadeiras causas dos arranhões e hematomas que levam para casa.
Há quem diga que os abusos são casos pontuais e que lá não há nada de violência continuada.
Há quem diga que aquilo é mesmo um inferno para os meninos e por isso desiste.
Eu sempre tive do Colégio Militar uma imagem de uma infância perdida, sem a liberdade para as brincadeiras a que os outros, cá fora, se dedicam e de um distanciamento da família - a base primordial da educação. Mas além disso só imaginava disciplina e rigor. Nada de selvajarias e desordens. Não sabia que os oficiais permitiam aquela rebaldaria toda.
Eu conheço bem - ou melhor, julgava que conhecia - uma pessoa que lá estudou. Mas nunca me contou nada disso, quando falava do Colégio. Afinal, quantas coisas é que ele não me contou?
Tenho a sensação de que tive um relacionamento com um completo desconhecido.
Se fossem só os episódios na época do Colégio Militar, não seria nada de especial.
Mas há muitas e mais importantes coisas que se mantiveram um mistério...
Eu sempre me senti atraída pelo desconhecido. E assim continuo.
São obrigados a guardar silêncio, a esconder as verdadeiras causas dos arranhões e hematomas que levam para casa.
Há quem diga que os abusos são casos pontuais e que lá não há nada de violência continuada.
Há quem diga que aquilo é mesmo um inferno para os meninos e por isso desiste.
Eu sempre tive do Colégio Militar uma imagem de uma infância perdida, sem a liberdade para as brincadeiras a que os outros, cá fora, se dedicam e de um distanciamento da família - a base primordial da educação. Mas além disso só imaginava disciplina e rigor. Nada de selvajarias e desordens. Não sabia que os oficiais permitiam aquela rebaldaria toda.
Eu conheço bem - ou melhor, julgava que conhecia - uma pessoa que lá estudou. Mas nunca me contou nada disso, quando falava do Colégio. Afinal, quantas coisas é que ele não me contou?
Tenho a sensação de que tive um relacionamento com um completo desconhecido.
Se fossem só os episódios na época do Colégio Militar, não seria nada de especial.
Mas há muitas e mais importantes coisas que se mantiveram um mistério...
Eu sempre me senti atraída pelo desconhecido. E assim continuo.
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