Ainda sobre a Morte
O tempo: menos mal
Lu está: a tentar perceber porque é que o seu semi-deus é um gajo tão complicado
Há uns tempos, estava eu numa má fase, por vários motivos. Sabem, quando estamos tão perdidos que nos perdemos de nós próprios? E quando perdemos a noção do que temos feito, do que temos a fazer, bem como do que queremos/devemos fazer? O velho cliché do "quem sou, de onde venho, para onde vou, o que estou cá a fazer"?
Pois bem, eu estava assim... Mais ou menos assim. Acho que preciso de uma bússola psíquica, porque eu perco-me de mim muitas vezes e as dúvidas, os medos, as mágoas assaltam-me constantemente quando ingresso em caminhos sinuosos.
Mas voltando ao main subject, eu estava mal. Mas nesse dia estava mal de uma maneira diferente. Estava mal, mas não estava. Não me apercebia disso. Estava anestesiada, apática. Não tinha lágrimas para os olhos, nem expressão para a face, nem lamúrias ou gritos para a boca. Estava abstracta.
Estava eu a caminhar e prestes a atravessar uma estrada.
Quando parei na berma, em vez de olhar para um lado e para ou outro, fechei os olhos. Fiquei a sentir o vento, a sentir o cheiro a pó e a progresso, a ouvir o barulho dos carros a passar veloz e incessantemente...
Esse barulho hipnotizou-me e transportou-me para uma espécie de twilight zone. Nesse momento, imaginei o que seria se eu me jogasse para a estrada e me deixasse ser colhida por um daqueles carros que passavam a alta velocidade. Esse pensamento tinha o estranho e doce sabor de mel na boca e o toque suave de pétalas de rosa. Quão doentio é isto? Preciso de ser internada? O que é certo é que eu senti isto e não me esqueço daquele sabor, daquele toque, daquela sensação. Soube-me bem e fiquei com esse sentimento gravado na memória. Se agora fechar os olhos, recordo-me nitidamente e esse sabor será igualmente bom.
Que estranho...
Eu não quero morrer.
Mas sabe tão bem!
Já alguém se sentiu assim ou devo remeter-me com urgência para o Parque de Saúde de Lisboa?
Lu está: a tentar perceber porque é que o seu semi-deus é um gajo tão complicado
Há uns tempos, estava eu numa má fase, por vários motivos. Sabem, quando estamos tão perdidos que nos perdemos de nós próprios? E quando perdemos a noção do que temos feito, do que temos a fazer, bem como do que queremos/devemos fazer? O velho cliché do "quem sou, de onde venho, para onde vou, o que estou cá a fazer"?
Pois bem, eu estava assim... Mais ou menos assim. Acho que preciso de uma bússola psíquica, porque eu perco-me de mim muitas vezes e as dúvidas, os medos, as mágoas assaltam-me constantemente quando ingresso em caminhos sinuosos.
Mas voltando ao main subject, eu estava mal. Mas nesse dia estava mal de uma maneira diferente. Estava mal, mas não estava. Não me apercebia disso. Estava anestesiada, apática. Não tinha lágrimas para os olhos, nem expressão para a face, nem lamúrias ou gritos para a boca. Estava abstracta.
Estava eu a caminhar e prestes a atravessar uma estrada.
Quando parei na berma, em vez de olhar para um lado e para ou outro, fechei os olhos. Fiquei a sentir o vento, a sentir o cheiro a pó e a progresso, a ouvir o barulho dos carros a passar veloz e incessantemente...
Esse barulho hipnotizou-me e transportou-me para uma espécie de twilight zone. Nesse momento, imaginei o que seria se eu me jogasse para a estrada e me deixasse ser colhida por um daqueles carros que passavam a alta velocidade. Esse pensamento tinha o estranho e doce sabor de mel na boca e o toque suave de pétalas de rosa. Quão doentio é isto? Preciso de ser internada? O que é certo é que eu senti isto e não me esqueço daquele sabor, daquele toque, daquela sensação. Soube-me bem e fiquei com esse sentimento gravado na memória. Se agora fechar os olhos, recordo-me nitidamente e esse sabor será igualmente bom.
Que estranho...
Eu não quero morrer.
Mas sabe tão bem!
Já alguém se sentiu assim ou devo remeter-me com urgência para o Parque de Saúde de Lisboa?
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home