A minha vida dava um filme
O tempo: sunny day... lousy night
Lu está: incrédula
Ele há coincidências que até arrepiam.
Estive a pensar desde que liguei o computador (há muitas horas). Queria escrever qualquer coisa, mas não me saía nada, porque estou deveras baralhada.
Começo a acreditar seriamente no destino. Já tinha começado a pensar nisso mais seriamente, mas a minha convicção é cada vez maior.
Não acham que todas as coisas têm um motivo para acontecer? Que nada é obra do acaso? E que há pessoas que entram na nossa vida por uma razão específica e são essenciais nela? Mesmo quando não estão presentes?
Pois bem, hoje (ontem) deu-se um episódio deveras intrigante, mas acima de tudo dilacerante.
Estou outra vez naquele estado de entorpecimento, de dormência, de apatia.
Novamente, não tenho lágrimas para os olhos, nem expressão para o rosto, nem gritos para a a boca; como naquele dia em que, por motivos completamente diferentes dos que me baralham hoje, pensei docemente na morte.
Hoje não pensei na morte.
Aliás, estou "sem pensar" (se é que tal é possível) desde esta tarde. Se calhar é possível estar sem pensar. Já não coloco as mãos no fogo por nada. O impossível pode acontecer... e aconteceu esta tarde.
Sim, acredito mesmo que há pessoas que entram na nossa vida porque têm de fazer parte dela e mais tarde ou mais cedo revelam a razão de existirem no nosso caminho, mesmo quando distantes.
Hoje contactei uma dessas pessoas distantes. Uma daquelas amigas que deixam uma marca que perdura. Não poderia ter contactado em melhor hora. Era uma coisa tão trivial, mas que despoletou uma grande descoberta, um grande esclarecimento...
Pedi-lhe uma coisa simples; ela começou a falar de um semi-deus que tinha acabado de conhecer. Eu fiquei contente por termos algo em comum. Falei-lhe do meu semi-deus, que estava a trabalhar àquela hora. Ela, empolgada, falava ainda mais do semi-deus que tinha conhecido.
A semelhança era abismal.
Fiquei sem palavras.
Naquele estado desprovido de lágrimas, de expressão, de grito...
A incredulidade tomou conta de mim e eu agradeci o tempo disponiblizado, a atenção dada, a saudade cortada...
Não tive coragem de lhe dizer nada.
Não tive coragem de lhe dizer que o seu semi-deus era o que reina nas histórias da Antiguidade que líamos juntas: um mito.
A minha reacção deveria ter sido explosiva, mas eu não tive coragem de dissolver a sua nuvem de sonho.
Combinei um encontro, para conversarmos melhor. Não lhe podia contar a triste verdade a uma pessoa tão sensível assim, pelo telefone. Nem sequer sei que palavras vou usar para lhe contar pessoalmente.
Acho que não vou conseguir dormir.
Acho que não vou conseguir olhar para a cara dela e mostrar-lhe os factos.
Eu iludi-me com uma realidade e ela iludiu-se com um sonho...
Como é que alguém consegue ser tão ardiloso? Tão cruel? Tão insensível? Como é possível enganar as pessoas de maneira tão surreal?
Uma colega minha escreveu, há dias, o seguinte:Às vezes ainda consigo surpreender-me, como é possível as pessoas mudarem tanto? Convivemos tanto tempo com uma pessoa e chegamos à conclusão que nunca a conhecemos e pior, descobrimos uma faceta que julgavamos não existir... O amor é tão fragil e a condição humana tão idiota, não concordam? - o que me fez pensar muito...
Por acaso tive conhecimento do caso que originou estas palavras, mas julgava que era uma hipótese entre milhões de outras. Não existem pessoas assim. Pensava eu. Afinal existem e até bem piores.
Agora não sei dizer como me sinto.
O pseudo-herói já me tinha ferido emocionalmente; já me tinha iludido antes. A minha confiança não estava totalmente sarada; eu estava a deixá-la desabrochar de novo, com o tempo. Mas o tempo nada faz numa relação, quando uma das partes é passiva, portanto, a ferida continuou por cicatrizar. Talvez por isso a mágoa já não me assole tanto. Talvez por todas as vicissitudes emocionais e relacionais pelas quais já passei em (??) anos de vida me tenha tornado imune. Eu julgava que mais uma desilusão, mais uma mentira, mas uma estopada me iriam derrotar. Afinal estou inteira... por enquanto.
Bye bye, depressão, desta vez passei-te à frente.
Agora, o que reina no meu pensamento é um gigante "PORQUÊ?". Porque é que estas coisas me acontecem; porque é que este terrível acaso (acaso, eu acabei de escrever acaso? ISSO NÃO EXISTE!) se deu; porque é que aconteceu logo comigo, com aquelas pessoas... E porque carga d'água aquele biltre veio até mim e com a maior (e falsa) humildade, implorou perdão, se eu nunca signifiquei nada na sua vida? Um homem tão orgulhoso, tão cheio de soberba, presumido, convencido da sua potencialidade em todos os aspectos veio ter comigo, singela Lu, a pedir-me que ficasse com ele, que não lhe negasse os meus sentimentos.
PORQUÊ, se podias procurar outra qualquer para satisfazeres os teus caprichos? PORQUÊ, se nunca reconheceste o valor que tenho?
E porque foste magoar uma pessoa tão preciosa quanto a ...?
Acho que esse é o único motivo que me traz lágrimas aos olhos, porque eu não suporto ver amigos (principalmente quando eles revelam a sua verdadeira importância na minha vida) a sofrer. Felizmente, ela sofre por uma nuvem, que rapidamente se desvanece. Rapidamente ela encontrará, não um semi-deus, mas um deus, i.e., um homem que possa ser escrito e descrito com um grande H e que a trate como ela merece.
Neste momento, pergunto-me se ele queria usá-la da mesma maneira que me usou... e quanto tempo esperava que as suas mentiras durassem.
Que pulha!
O pseudo-herói apareceu, há bocado, no Messenger, para me dizer o que eu estava prestes a dizer-lhe... Ainda estou para perceber porque o disse. Mais um porquê...
Agora vejo porque é que, desde que reatámos os laços que nos uniam, ele se manteve distante. Sempre esteve de olho na outra hipótese mas foi aproveitando para se divertir mais um pouco comigo.
Decerto usou esta maneira ESTÚPIDA, PUERIL e COBARDE de me mandar à fava para ir atrás de outra tonta e fazer dela gato-sapato.
Aí é que ele se engana redondamente, porque amanhã, se Deus quiser, quem o manda à fava quando ele se puser com mais tretas é ela, porque já saberá de tudo. Juro que lhe vou abrir os olhos e não passa de amanhã à tarde, ou não me chamo Lu.
Agora rogo aos céus que me iluminem e dêm forças, coragem para enfrentar esta grande amiga - que nunca mais vou deixar que se afaste do meu caminho, garanto - para lhe dizer que deixe de acreditar em heróis helénicos, porque eles fazem parte do passado e no presente não existem, NÃO SÃO NADA.
Lu está: incrédula
Ele há coincidências que até arrepiam.
Estive a pensar desde que liguei o computador (há muitas horas). Queria escrever qualquer coisa, mas não me saía nada, porque estou deveras baralhada.
Começo a acreditar seriamente no destino. Já tinha começado a pensar nisso mais seriamente, mas a minha convicção é cada vez maior.
Não acham que todas as coisas têm um motivo para acontecer? Que nada é obra do acaso? E que há pessoas que entram na nossa vida por uma razão específica e são essenciais nela? Mesmo quando não estão presentes?
Pois bem, hoje (ontem) deu-se um episódio deveras intrigante, mas acima de tudo dilacerante.
Estou outra vez naquele estado de entorpecimento, de dormência, de apatia.
Novamente, não tenho lágrimas para os olhos, nem expressão para o rosto, nem gritos para a a boca; como naquele dia em que, por motivos completamente diferentes dos que me baralham hoje, pensei docemente na morte.
Hoje não pensei na morte.
Aliás, estou "sem pensar" (se é que tal é possível) desde esta tarde. Se calhar é possível estar sem pensar. Já não coloco as mãos no fogo por nada. O impossível pode acontecer... e aconteceu esta tarde.
Sim, acredito mesmo que há pessoas que entram na nossa vida porque têm de fazer parte dela e mais tarde ou mais cedo revelam a razão de existirem no nosso caminho, mesmo quando distantes.
Hoje contactei uma dessas pessoas distantes. Uma daquelas amigas que deixam uma marca que perdura. Não poderia ter contactado em melhor hora. Era uma coisa tão trivial, mas que despoletou uma grande descoberta, um grande esclarecimento...
Pedi-lhe uma coisa simples; ela começou a falar de um semi-deus que tinha acabado de conhecer. Eu fiquei contente por termos algo em comum. Falei-lhe do meu semi-deus, que estava a trabalhar àquela hora. Ela, empolgada, falava ainda mais do semi-deus que tinha conhecido.
A semelhança era abismal.
Fiquei sem palavras.
Naquele estado desprovido de lágrimas, de expressão, de grito...
A incredulidade tomou conta de mim e eu agradeci o tempo disponiblizado, a atenção dada, a saudade cortada...
Não tive coragem de lhe dizer nada.
Não tive coragem de lhe dizer que o seu semi-deus era o que reina nas histórias da Antiguidade que líamos juntas: um mito.
A minha reacção deveria ter sido explosiva, mas eu não tive coragem de dissolver a sua nuvem de sonho.
Combinei um encontro, para conversarmos melhor. Não lhe podia contar a triste verdade a uma pessoa tão sensível assim, pelo telefone. Nem sequer sei que palavras vou usar para lhe contar pessoalmente.
Acho que não vou conseguir dormir.
Acho que não vou conseguir olhar para a cara dela e mostrar-lhe os factos.
Eu iludi-me com uma realidade e ela iludiu-se com um sonho...
Como é que alguém consegue ser tão ardiloso? Tão cruel? Tão insensível? Como é possível enganar as pessoas de maneira tão surreal?
Uma colega minha escreveu, há dias, o seguinte:Às vezes ainda consigo surpreender-me, como é possível as pessoas mudarem tanto? Convivemos tanto tempo com uma pessoa e chegamos à conclusão que nunca a conhecemos e pior, descobrimos uma faceta que julgavamos não existir... O amor é tão fragil e a condição humana tão idiota, não concordam? - o que me fez pensar muito...
Por acaso tive conhecimento do caso que originou estas palavras, mas julgava que era uma hipótese entre milhões de outras. Não existem pessoas assim. Pensava eu. Afinal existem e até bem piores.
Agora não sei dizer como me sinto.
O pseudo-herói já me tinha ferido emocionalmente; já me tinha iludido antes. A minha confiança não estava totalmente sarada; eu estava a deixá-la desabrochar de novo, com o tempo. Mas o tempo nada faz numa relação, quando uma das partes é passiva, portanto, a ferida continuou por cicatrizar. Talvez por isso a mágoa já não me assole tanto. Talvez por todas as vicissitudes emocionais e relacionais pelas quais já passei em (??) anos de vida me tenha tornado imune. Eu julgava que mais uma desilusão, mais uma mentira, mas uma estopada me iriam derrotar. Afinal estou inteira... por enquanto.
Bye bye, depressão, desta vez passei-te à frente.
Agora, o que reina no meu pensamento é um gigante "PORQUÊ?". Porque é que estas coisas me acontecem; porque é que este terrível acaso (acaso, eu acabei de escrever acaso? ISSO NÃO EXISTE!) se deu; porque é que aconteceu logo comigo, com aquelas pessoas... E porque carga d'água aquele biltre veio até mim e com a maior (e falsa) humildade, implorou perdão, se eu nunca signifiquei nada na sua vida? Um homem tão orgulhoso, tão cheio de soberba, presumido, convencido da sua potencialidade em todos os aspectos veio ter comigo, singela Lu, a pedir-me que ficasse com ele, que não lhe negasse os meus sentimentos.
PORQUÊ, se podias procurar outra qualquer para satisfazeres os teus caprichos? PORQUÊ, se nunca reconheceste o valor que tenho?
E porque foste magoar uma pessoa tão preciosa quanto a ...?
Acho que esse é o único motivo que me traz lágrimas aos olhos, porque eu não suporto ver amigos (principalmente quando eles revelam a sua verdadeira importância na minha vida) a sofrer. Felizmente, ela sofre por uma nuvem, que rapidamente se desvanece. Rapidamente ela encontrará, não um semi-deus, mas um deus, i.e., um homem que possa ser escrito e descrito com um grande H e que a trate como ela merece.
Neste momento, pergunto-me se ele queria usá-la da mesma maneira que me usou... e quanto tempo esperava que as suas mentiras durassem.
Que pulha!
O pseudo-herói apareceu, há bocado, no Messenger, para me dizer o que eu estava prestes a dizer-lhe... Ainda estou para perceber porque o disse. Mais um porquê...
Agora vejo porque é que, desde que reatámos os laços que nos uniam, ele se manteve distante. Sempre esteve de olho na outra hipótese mas foi aproveitando para se divertir mais um pouco comigo.
Decerto usou esta maneira ESTÚPIDA, PUERIL e COBARDE de me mandar à fava para ir atrás de outra tonta e fazer dela gato-sapato.
Aí é que ele se engana redondamente, porque amanhã, se Deus quiser, quem o manda à fava quando ele se puser com mais tretas é ela, porque já saberá de tudo. Juro que lhe vou abrir os olhos e não passa de amanhã à tarde, ou não me chamo Lu.
Agora rogo aos céus que me iluminem e dêm forças, coragem para enfrentar esta grande amiga - que nunca mais vou deixar que se afaste do meu caminho, garanto - para lhe dizer que deixe de acreditar em heróis helénicos, porque eles fazem parte do passado e no presente não existem, NÃO SÃO NADA.
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