A minha vida dava um filme II
O tempo: Não podia estar melhor, mais acolhedor...
Lu está: "cheia de vida", como diria o Mickey Boy
Depois de almoçar, saí de casa
e fui à estação de correios enviar um postal animado para o meu "Porta-Chaves de Pelúcia". O postal é bem giro, por sinal; tem confetis escondidos num reservatório que os fará saltar para fora quando for aberto. Só que estive prestes a destruí-lo (de trapalhice e de raiva) na noite passada. Não sei como, soltei o elástico que faz explodir os confetis; metade deles saltou-me para cima da cama e eu passei himalaias de tempo a catá-los todos, reinseri-los no reservatório e voltar a prender o elástico - esta última parte foi a mais complicada. O que não se faz numa noite de insónia... Haja paciência!
Ora, o meu Porta-Chaves de Pelúcia está prestes a completar ?? primaveras e é com muito pena que não posso estar com ele. O P.C. é um daqueles que deixei um pouco de parte porque... enfim, não me interessa falar sobre isto agora. Nunca deixou de ser uma pessoa muito especial na minha vida e estou certa de que nunca sairá dela. Pergunto-me se ele ainda estará à minha espera, já que não tenho coragem de lhe perguntar a ele. Será? Será ele assim tão paciente? E será que eu mereço tal paciência?
Ora nesta quinzena, em todas as estações dos CTT...
uma empresa supostamente vocacionada para serviços de cariz postal, mas que está a ser cada vez mais prostituída para outros fins - de brincos a t-shirts, de telemóveis a canecas - o marketing do fatídico dia de S. Valentim ataca implacavelmente.
Apresenta-se um sobrescrito sobre o balcão e, antes mesmo de dizer "boa tarde", já está a moça a impingir-nos, com o sorriso mais amarelo à face da Terra (não sabes o que é Colgate Sensation?) um estúpido cartão cheio de corações e animais pirosos: "Já comprou um postal para o seu namorado? Temos uns muito bonit...".
Antes de ela acabar de proferir a última sílaba do adjectivo mal empregue, interrompi o seu discurso e, com a melhor 'bitch face' que soube fazer, disse-lhe, mastigando as palavras: "EU PUS TERMO AO MEU NAMORO, ONTEM" (note-se o relevo que dei ao advérbio - era preciso ver e ouvir para perceber o impacto que teve).
Muito atrapalhada, a funcionária parou por uns segundos para pensar: "Fuck, já pus a pata na poça!" e depois disse, tentando remediar a asneira com uma dose medíocre de simpatia: "Oh, isso não há de ser nada; vai ver que em breve arranja outro... não é?"
Com um ar de enjoada, respondi: "Pois...", enquanto ela colava a etiqueta e informava: "São 58 cêntimos".
Enquanto eu tirava as moedas do bolso, suspirei, cocei a testa e fiz um olhar distante, a la Drama Queen, como quem diz: "Fogo, porque é que falaste nisso? Agora estou magoada..."
Quando saí da EC, sorri, satisfeita com a minha proeza de ter enrascado uma das funcionárias da estação mas antipática e hostil cá da zona. Adoro usar a minha habilidade dramática para impressionar e provocar reacções bizarras nas pessoas. Gotta love my job!
Após os acontecimentos surreais que se deram recentemente
e depois de uma noite passada em claro - essencialmente a escrever mais umas linhas do meu romance - hoje saí. Fui ter com a minha grande amiga, que não via há imenso tempo. Ia pelo camino a tentar preparar-me para lhe dizer algo que afinal era completamente desnecessário. A sua perspicácia continua a surpreender-me.
O reencontro foi um daqueles momentos que deviam poder ser guardados num frasco de formol para se conservarem.
Abraçámo-nos, chorámos como duas Madalenas... estávamos muito comovidas porque ambas temos dos amigos uma noção muito semelhante e encaramos a amizade com a mesma dependência, o mesmo fervor.
Falámos do(s) nossos(s) pseudo-herói(s), mas incrivelmente não nos demorámos assim tanto sobre esse assunto. Falámos de passado, sim, mas de um passado mais remoto e mais doce. Falámos de futuro, dos nossos heróis - aquele que toda a mulher quer - e de nós duas.
A casa de chá onde o nosso grupo se reunía em tardes de balda fechou. Por isso, fomos para a beira-rio. Soube bem. Conversámos muito, rimos e recuperámos o tempo perdido. Observámos a cor rosácea dos flamingos pachorrentos do estuário, caminhámos ao largo da baía... Sabem, aqueles momentos perfeitos, que nos enchem de um prazer totalmente espiritual, mas que transborda e se manifesta num sorriso?
O tempo passou rápido e ambas tínhamos os nossos afazeres em locais distintos. Não é uma pena os amigos não partilharem a nossa vida?
Caminhei durante muito tempo, sozinha e a tarde oferecia-me gostosos e acolhedores raios de sol.
Passei por muitos locais repletos de recordações.
A tal casa de chá das tardes de balda, já abandonada...
A praça onde nos sentávamos a apanhar sol e a conversar; onde os skaters malhavam para nosso regozijo e os velhos alimentavam os pombos.
O novo teatro, que está quase pronto e por onde já não passava há muito tempo. A construção está avançada e está a ficar um edifício bonito. Eu mudaria a cor, mas gosto da arquitectura; é bem ao estilo da cidade.
O lar de jovens onde eu fazia voluntariado e me despoletou uma vontade de entrar lá de novo...
A velha fonte do Pombal. Os velhos peixes, velho casario e os próprios velhos do centro de convívio...
A escola. Entrei. Entrei e milhares de acontecimentos voltaram a suceder num segundo. Estavam pessoas na sala de Drama, a fazer fatos. Apeteceu-me entrar para dar uma ajuda e recordar o delicioso frenesim que havia sempre antes de cada avaliação, cada performance, cada espectáculo...
Lembrei-me do professor. Ele considerava-me uma musa, mas não sei se tem noção de que ele é que me transformou numa musa e fez o meu talento amadurecer. Ele é meu mentor, meu amigo, minha inspiração. Queria contar-lhe os progressos da minha formação (que vai durar até ao fim dos meus dias) e da minha carreira. De qualquer forma, vê-lo-ei na mostra de Teatro.
A loja de cristais onde parávamos sempre a admirar as obras de arte... (a propósito, ofereci um cristal a um certo pseudo-herói e ele nem em agradeceu por isso. Meninos mimados não sabem reconhecer um gesto de delicadeza)
O pequeno centro comercial onde íamos tirar fotos idiotas em conjunto, na máquina de fotografias de passe...
O pronto-a-vestir onde abastecíamos as nossas toilettes... Hoje em dia, não sei se voltaria a comprar lá. Já não faz o meu estilo. Bem, EU NÃO TENHO estilo; talvez seja por isso. Mas aquele é um género de sexy naif que já não me assenta, acho. Muito embora quase toda a gente ache que eu tenho um ar mesmo sexy naif; uma cara jovial, de boneca... Mas de que estou eu a falar?
Entretanto escureceu
e tive de parar a caminhada para apanhar o transporte. Já se fazia tarde e eu tinha trabalho a fazer.
Para variar, esqueci-me das sapatilhas para aula de Dança. Como não tinha meia-calça sem pés, e as que tinha vestidas escorregavam muito, peguei na tesoura de uma das novas colegas e cortei-lhes os pés. Pronto, perneiras por cima e está tudo bem.
A propósito de novas colegas, estas são raparigas que ingressaram na classe, no âmbito de um programa de integração de jovens de risco. A instituição onde estudo e pratico é parceira do programa e aceitou facultar aulas a alguns jovens integrados nesse programa. Confesso que fiquei logo um pouco apreensiva quando me avisaram que viriam novas alunas naquelas ciscunstâncias. Pensei logo em adolescentes delinquentes de bairros duvidosos, com comportamentos reprováveis e que iriam destabilizar o grupo... O velho estigma dos estereótipos e dos preconceitos. É difícil deixá-los, principalmente quando se convive durante 6 meses com uma pessoa que tem preconceitos em relação a tudo.
Estas novas raparigas surpreenderam-me. Pela positva. revelaram-se umas jovens muito educadas, simpáticas, com bom aspecto, interessadas e dedicadas. Têm as dificuldades normais de principiante, mas com esforço vão acompanhando o trabalho.
Quando pensamos em "jovens de risco", "programas de integração", vêm-nos logo à cabeça coisas negativas. Mas que ideia fazemos de nós dos riscos que correm estes jovens? Que ideia fazemos das vidas que eles levam lá fora? Ou lá dentro - das suas casas? Temos alguma noção de que tipo de integração de que necessitam?
Às vezes, os problemas são ocultos, dissimulados - eu que o diga! E a única coisa de que as pessoas precisam é de algo que as motive, lhes dê vontade de se dedicarem a algo e as valorize. Espero que a descoberta da Dança, ainda que possivelmente um pouco mais superficial do que as que já encontraram a arte de Terpsícore há mais tempo, lhes proporcione mesmo algo de bom e melhore um pouco as suas vidas.
Saí mais cedo.
Vesti-me num ápice e fui trabalhar para o meu projecto. Tinha um professor à minha espera. Ia entrevistá-lo, no âmbito do meu projecto académico, que se tem revelado assaz interessnte. É impressão minha ou o professor de Dança, que sempre achei um pouco abichanado e cabeça-de-vento, é na verdade muito charmoso e tem as ideias no lugar?
E por falar em charme, ontem e hoje, o Sensei do karaté gastou comigo o mais de charme do que o habitual. Eu já nem me lembro porque é que nos falamos; eu nunca tive karaté, nem ele dança... O que é certo é que, sempre que nos cruzamos, ele lança-me aquele olhar de fogo, exibe aquele sorriso aguçado como uma lança... ai, que homem!
Lu, Lu... de que falas tu?! Tu não queres saber de homens. Lembra-te da decisão de tirar mais umas longas férias de namoricos. Tu queres é saber dos teus estudos, da tua carreira. Queres é saber de amigos... aqueles que já tens e te deves esforçar por manter.
E uma das iniciativas em prol disso é a saída que combinámos esta tarde, à beira-rio. Foi um dilema... Não sabemos bem para onde ir, mas num sítio ou noutro será agradável.
Tenho a orelha a ferver. Acho que alguém está a pensar ou a dizer mal de mim. Não sei porquê, mas tenho uma ligeira suspeita de quem seja... é melhor não pensar demasiado para não me enjoar.
Lu está: "cheia de vida", como diria o Mickey Boy
Depois de almoçar, saí de casa
e fui à estação de correios enviar um postal animado para o meu "Porta-Chaves de Pelúcia". O postal é bem giro, por sinal; tem confetis escondidos num reservatório que os fará saltar para fora quando for aberto. Só que estive prestes a destruí-lo (de trapalhice e de raiva) na noite passada. Não sei como, soltei o elástico que faz explodir os confetis; metade deles saltou-me para cima da cama e eu passei himalaias de tempo a catá-los todos, reinseri-los no reservatório e voltar a prender o elástico - esta última parte foi a mais complicada. O que não se faz numa noite de insónia... Haja paciência!
Ora, o meu Porta-Chaves de Pelúcia está prestes a completar ?? primaveras e é com muito pena que não posso estar com ele. O P.C. é um daqueles que deixei um pouco de parte porque... enfim, não me interessa falar sobre isto agora. Nunca deixou de ser uma pessoa muito especial na minha vida e estou certa de que nunca sairá dela. Pergunto-me se ele ainda estará à minha espera, já que não tenho coragem de lhe perguntar a ele. Será? Será ele assim tão paciente? E será que eu mereço tal paciência?
Ora nesta quinzena, em todas as estações dos CTT...
uma empresa supostamente vocacionada para serviços de cariz postal, mas que está a ser cada vez mais prostituída para outros fins - de brincos a t-shirts, de telemóveis a canecas - o marketing do fatídico dia de S. Valentim ataca implacavelmente.
Apresenta-se um sobrescrito sobre o balcão e, antes mesmo de dizer "boa tarde", já está a moça a impingir-nos, com o sorriso mais amarelo à face da Terra (não sabes o que é Colgate Sensation?) um estúpido cartão cheio de corações e animais pirosos: "Já comprou um postal para o seu namorado? Temos uns muito bonit...".
Antes de ela acabar de proferir a última sílaba do adjectivo mal empregue, interrompi o seu discurso e, com a melhor 'bitch face' que soube fazer, disse-lhe, mastigando as palavras: "EU PUS TERMO AO MEU NAMORO, ONTEM" (note-se o relevo que dei ao advérbio - era preciso ver e ouvir para perceber o impacto que teve).
Muito atrapalhada, a funcionária parou por uns segundos para pensar: "Fuck, já pus a pata na poça!" e depois disse, tentando remediar a asneira com uma dose medíocre de simpatia: "Oh, isso não há de ser nada; vai ver que em breve arranja outro... não é?"
Com um ar de enjoada, respondi: "Pois...", enquanto ela colava a etiqueta e informava: "São 58 cêntimos".
Enquanto eu tirava as moedas do bolso, suspirei, cocei a testa e fiz um olhar distante, a la Drama Queen, como quem diz: "Fogo, porque é que falaste nisso? Agora estou magoada..."
Quando saí da EC, sorri, satisfeita com a minha proeza de ter enrascado uma das funcionárias da estação mas antipática e hostil cá da zona. Adoro usar a minha habilidade dramática para impressionar e provocar reacções bizarras nas pessoas. Gotta love my job!
Após os acontecimentos surreais que se deram recentemente
e depois de uma noite passada em claro - essencialmente a escrever mais umas linhas do meu romance - hoje saí. Fui ter com a minha grande amiga, que não via há imenso tempo. Ia pelo camino a tentar preparar-me para lhe dizer algo que afinal era completamente desnecessário. A sua perspicácia continua a surpreender-me.
O reencontro foi um daqueles momentos que deviam poder ser guardados num frasco de formol para se conservarem.
Abraçámo-nos, chorámos como duas Madalenas... estávamos muito comovidas porque ambas temos dos amigos uma noção muito semelhante e encaramos a amizade com a mesma dependência, o mesmo fervor.
Falámos do(s) nossos(s) pseudo-herói(s), mas incrivelmente não nos demorámos assim tanto sobre esse assunto. Falámos de passado, sim, mas de um passado mais remoto e mais doce. Falámos de futuro, dos nossos heróis - aquele que toda a mulher quer - e de nós duas.
A casa de chá onde o nosso grupo se reunía em tardes de balda fechou. Por isso, fomos para a beira-rio. Soube bem. Conversámos muito, rimos e recuperámos o tempo perdido. Observámos a cor rosácea dos flamingos pachorrentos do estuário, caminhámos ao largo da baía... Sabem, aqueles momentos perfeitos, que nos enchem de um prazer totalmente espiritual, mas que transborda e se manifesta num sorriso?
O tempo passou rápido e ambas tínhamos os nossos afazeres em locais distintos. Não é uma pena os amigos não partilharem a nossa vida?
Caminhei durante muito tempo, sozinha e a tarde oferecia-me gostosos e acolhedores raios de sol.
Passei por muitos locais repletos de recordações.
A tal casa de chá das tardes de balda, já abandonada...
A praça onde nos sentávamos a apanhar sol e a conversar; onde os skaters malhavam para nosso regozijo e os velhos alimentavam os pombos.
O novo teatro, que está quase pronto e por onde já não passava há muito tempo. A construção está avançada e está a ficar um edifício bonito. Eu mudaria a cor, mas gosto da arquitectura; é bem ao estilo da cidade.
O lar de jovens onde eu fazia voluntariado e me despoletou uma vontade de entrar lá de novo...
A velha fonte do Pombal. Os velhos peixes, velho casario e os próprios velhos do centro de convívio...
A escola. Entrei. Entrei e milhares de acontecimentos voltaram a suceder num segundo. Estavam pessoas na sala de Drama, a fazer fatos. Apeteceu-me entrar para dar uma ajuda e recordar o delicioso frenesim que havia sempre antes de cada avaliação, cada performance, cada espectáculo...
Lembrei-me do professor. Ele considerava-me uma musa, mas não sei se tem noção de que ele é que me transformou numa musa e fez o meu talento amadurecer. Ele é meu mentor, meu amigo, minha inspiração. Queria contar-lhe os progressos da minha formação (que vai durar até ao fim dos meus dias) e da minha carreira. De qualquer forma, vê-lo-ei na mostra de Teatro.
A loja de cristais onde parávamos sempre a admirar as obras de arte... (a propósito, ofereci um cristal a um certo pseudo-herói e ele nem em agradeceu por isso. Meninos mimados não sabem reconhecer um gesto de delicadeza)
O pequeno centro comercial onde íamos tirar fotos idiotas em conjunto, na máquina de fotografias de passe...
O pronto-a-vestir onde abastecíamos as nossas toilettes... Hoje em dia, não sei se voltaria a comprar lá. Já não faz o meu estilo. Bem, EU NÃO TENHO estilo; talvez seja por isso. Mas aquele é um género de sexy naif que já não me assenta, acho. Muito embora quase toda a gente ache que eu tenho um ar mesmo sexy naif; uma cara jovial, de boneca... Mas de que estou eu a falar?
Entretanto escureceu
e tive de parar a caminhada para apanhar o transporte. Já se fazia tarde e eu tinha trabalho a fazer.
Para variar, esqueci-me das sapatilhas para aula de Dança. Como não tinha meia-calça sem pés, e as que tinha vestidas escorregavam muito, peguei na tesoura de uma das novas colegas e cortei-lhes os pés. Pronto, perneiras por cima e está tudo bem.
A propósito de novas colegas, estas são raparigas que ingressaram na classe, no âmbito de um programa de integração de jovens de risco. A instituição onde estudo e pratico é parceira do programa e aceitou facultar aulas a alguns jovens integrados nesse programa. Confesso que fiquei logo um pouco apreensiva quando me avisaram que viriam novas alunas naquelas ciscunstâncias. Pensei logo em adolescentes delinquentes de bairros duvidosos, com comportamentos reprováveis e que iriam destabilizar o grupo... O velho estigma dos estereótipos e dos preconceitos. É difícil deixá-los, principalmente quando se convive durante 6 meses com uma pessoa que tem preconceitos em relação a tudo.
Estas novas raparigas surpreenderam-me. Pela positva. revelaram-se umas jovens muito educadas, simpáticas, com bom aspecto, interessadas e dedicadas. Têm as dificuldades normais de principiante, mas com esforço vão acompanhando o trabalho.
Quando pensamos em "jovens de risco", "programas de integração", vêm-nos logo à cabeça coisas negativas. Mas que ideia fazemos de nós dos riscos que correm estes jovens? Que ideia fazemos das vidas que eles levam lá fora? Ou lá dentro - das suas casas? Temos alguma noção de que tipo de integração de que necessitam?
Às vezes, os problemas são ocultos, dissimulados - eu que o diga! E a única coisa de que as pessoas precisam é de algo que as motive, lhes dê vontade de se dedicarem a algo e as valorize. Espero que a descoberta da Dança, ainda que possivelmente um pouco mais superficial do que as que já encontraram a arte de Terpsícore há mais tempo, lhes proporcione mesmo algo de bom e melhore um pouco as suas vidas.
Saí mais cedo.
Vesti-me num ápice e fui trabalhar para o meu projecto. Tinha um professor à minha espera. Ia entrevistá-lo, no âmbito do meu projecto académico, que se tem revelado assaz interessnte. É impressão minha ou o professor de Dança, que sempre achei um pouco abichanado e cabeça-de-vento, é na verdade muito charmoso e tem as ideias no lugar?
E por falar em charme, ontem e hoje, o Sensei do karaté gastou comigo o mais de charme do que o habitual. Eu já nem me lembro porque é que nos falamos; eu nunca tive karaté, nem ele dança... O que é certo é que, sempre que nos cruzamos, ele lança-me aquele olhar de fogo, exibe aquele sorriso aguçado como uma lança... ai, que homem!
Lu, Lu... de que falas tu?! Tu não queres saber de homens. Lembra-te da decisão de tirar mais umas longas férias de namoricos. Tu queres é saber dos teus estudos, da tua carreira. Queres é saber de amigos... aqueles que já tens e te deves esforçar por manter.
E uma das iniciativas em prol disso é a saída que combinámos esta tarde, à beira-rio. Foi um dilema... Não sabemos bem para onde ir, mas num sítio ou noutro será agradável.
Tenho a orelha a ferver. Acho que alguém está a pensar ou a dizer mal de mim. Não sei porquê, mas tenho uma ligeira suspeita de quem seja... é melhor não pensar demasiado para não me enjoar.
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